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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PRAZER!

Prazer...


Palavra que nos instiga os sentidos e a curiosidade.

Toda vida busca o prazer. A alegria de viver está de mãos dadas com essa sensação corporal. O prazer é nada menos que o alicerce da felicidade!

Sem prazer, apenas sobrevivemos...

Quando somos forçados a fazer alguma atividade que não gostamos, todo movimento fica forçado, sem brilho e sem fluidez. Parece que precisamos de uma tonelada de energia a mais para cumprir a obrigação! Não há um fluxo rítmico dos sentimentos, não há criatividade, fica desagradável ou até doloroso. É como quando estamos deprimidos e nossa disposição para encontrar prazer fica comprometida, as nossas lentes ficam cinza e a nossa percepção simplesmente anestesiada...

Uma pessoa com muitos bloqueios emocionais não pode sentir facilmente prazer porque existem repressões inconscientes que restringem o fluxo das sensações em seu corpo. Um corpo tenso (tensões conscientes e inconscientes) não respira profundamente, não se move harmonicamente, consequentemente se congela diante da vida.

A respiração profunda nos propicia sensações.

Muitas vezes temos medo de sentir... tristeza, raiva, medos..., pois nos ameaça a estabilidade de alguma forma. Quando crianças, aprendemos a segurar a respiração para não chorar, porque nos repreendiam, ou porque era visto como feio ou humilhante. O velho e conhecido “engula o choro”! Tensionar o peito para conter uma raiva, apertar a garganta para conter um grito e endurecer os ombros para poder dar conta dos medos.

Quanta tensão construímos ao longo de nossa história!

O efeito de cada uma dessas manobras é a limitação e a redução da respiração. E mais tarde quando adultos, continuamos a inibir a respiração para manter esses sentimentos reprimidos. E isso só gera ansiedade e desprazer.

(Perceba quando está numa situação mais tensa como fica a sua respiração).

A verdade de nossa história e consequentemente de nosso corpo pode sim ser bem dolorosa. Porém, bloquear essas dores, é também fechar as portas da possibilidade de sentir prazer! É importante conhecermos a história de nossos conflitos. Pode ser a chave dos nossos cadeados que nos cerceam do prazer.

Quando fazemos algo com o qual nos identificamos, a atividade flui livremente e de forma leve e espontânea. É verdadeiramente prazeroso.... É como se encontrássemos congruência entre nosso estado interno e externo. O prazer é a percepção de estar cheio de vida! É inclusive o resultado da satisfação das necessidade. Comer quando se tem fome, dormir quando se sente sono, amar quando se deseja.

Qualquer necessidade cria um estado de tensão. Como uma criança que esperneia e se irrita quando não tem suas necessidades atendidas. Contudo, quando nossas necessidades são atendidas, descarregamos toda a tensão através dessa satisfação. Produz uma sensação de prazer em forma de alívio.

Mas prazer não se limita a isso! Inclusive muitas vezes provocamos tensão a fim de aumentar a excitação! No sexo por exemplo, gostamos de tensionar e excitar cada vez mais, com a perspectiva da liberação... o orgasmo! E presenciamos o prazer de estar cheio de vida...

O Prazer não é puramente mental, é essencialmente corporal! O corpo deseja expressão, deseja prazer. Poder sentir prazer é poder se expressar verdadeiramente, atender nossas necessidades emocionais e físicas de forma congruente com nossas necessidade e propiciar ao corpo um estado de harmonia, uma liberdade natural. O prazer é a força criativa da vida!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vivência Terapêutica



Queridos amigos e colegas,


Essa vivência, é um trabalho de sensibilização. O tema proposto é o trabalho psicocorporal como instrumento para ajudar pessoas que tenham questões relacionadas à transtornos alimentares e à imagem corporal.

Dedicamos esse trabalho a todas as pessoas que tenham o desejo de buscar um cuidado mais amoroso e verdadeiro com seu corpo, descobrindo seus limites e possibilidades!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A mesa..... de cirurgia

Hoje trago o amplo e controverso tema da Cirurgia Bariátrica. Atualmente tal cirurgia tem sido considerada a medida mais efetiva no tratamento da obesidade de grau II com comorbidades e grau III. No entanto, é comum escutarmos críticas às cirurgias de redução de estômago advindas de profissionais da área de psicologia, como também de médicos psiquiatras e endocrinologistas.


Muitas argumentações são cabíveis, tendo em vista essa cirurgia ater-se essencialmente ao sintoma, ignorando-se a gênese daquela obesidade. Do ponto de vista psicológico, esse é o ponto mais importante a ser explorado. “Trocando em miúdos”, como seria possível tratar de uma pessoa com obesidade, restringindo seu tratamento à mera redução do estômago?

A mim parece pouco possível... Enquanto uma doença permanece numa dimensão corpórea, ou seja, o entendimento da cura da obesidade se reduzir ao “corte na carne” e à redução do estômago, a perpetuação da obesidade se manterá!

Diante disso, fica explícita a necessidade de um trabalho de “cura” de amplo espectro. A cirurgia somente não leva a uma perda de peso significativa e muito menos à resolução de todas as questões que levaram alguém à obesidade.

Na tomada de decisão para o procedimento cirúrgico, é preciso que o paciente busque um acompanhamento psicoterapêutico não só para avaliar suas expectativas em relação à cirurgia, mas também avaliar seu estado emocional, sua capacidade de lidar com as consequências físicas, emocionais e sociais e enfim poder compreender o que o levou a se tornar e se manter obeso.

Furtar-se a esse cuidado mais holístico é um convite para o fracasso terapêutico cirúrgico...

Como ficaria, por exemplo, alguém que come quando com raiva, ou come quando ansioso ou angustiado, ou até mesmo tem mania de comer muito ou a toda hora tendo uma real impossibilidade de receber alimentos “extras”?

Quem determina a “fome” (de alimentos ou de outros afetos) não é o estômago somente, mas sim a nossa mente. A tal “gula” é uma fome psicológica; e a obesidade nesses casos, um sintoma, algo que manifesta um conflito não solucionado. O sintoma obesidade em si, manda sua mensagem, nos conta algo. É como um alarme que soa quando nos distanciamos de nossas reais necessidades.

Desenvolver um discurso através do corpo e de sua linguagem explícita não verbal, buscando desvendar a parte submersa do iceberg (a nossa porção inconsciente), entrar em contato com o corpo e seus múltiplos significados, é poder entender sua história, suas fragilidades, motivações e também todo o potencial ainda não descoberto.

Resgatar e refazer a própria história não vai depender exclusivamente de um emagrecimento real, mas efetivamente de um repensar e reconstruir a própria história.

A dimensão do problema obesidade estende-se muito além da doença física...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Verdadeira Entrega ao Corpo e à Vida!

Se é tão bom comer, que mal tem?

Confesso.... Não sou diferente de ninguém. Quando estou ansiosa ou angustiada com algo que ainda não encontrei a saída, busco algo doce para comer. A comida me dá um prazer momentâneo, diminui por alguns minutos a sensação provocada pela tensão de algo. (Lembram do bebê que busca o peito quando está desconfortável?).

O problema mora não só nos exageros, mas também quando se encontra como a única via de “solução” do problemas a comida.

Ela conforta momentaneamente? Sim!

Ela resolve?? Não...

Na “comilança frenética”, como citou uma visitante do blog, estamos apenas nos afastando das nossas reais necessidades!

E porque será que “fugimos” tanto dessas tais reais necessidades?

Todos nós em algum nível tememos nos entregar aos nossos sentimentos. O medo da entrega acontece porque acreditamos que vivenciar os sentimentos é uma ameaça a estabilidade e segurança. Buscamos uma zona de conforto a qualquer custo!

Ficamos então numa constante luta conosco, buscando controlar os sentimentos que nos ameaçam o tempo todo, quer estejamos conscientes disso ou não.

Infelizmente essa é uma luta que não se pode vencer, pois a vitória equivale à negação e à rejeição da nossa verdadeira essência...

As nossas necessidades emocionais manifestam-se no nosso corpo, inclusive na forma de uma compulsão alimentar, na medida em que abandonamos uma atitude de defesa mental. Ou seja, consciente ou inconscientemente quando não podemos lidar com algum sentimento, o nosso corpo através de alguma forma, fala e age.

O nosso corpo é o depositário das emoções, é nossa concretização. Ele fala sem palavras. O medo do contato com os nossos sentimentos, pode nos fazer ir em busca do conforto rápido através da comida.

Através da Análise Bioenergética, forma de terapia que combina o trabalho com o corpo e com a mente, podemos compreender a personalidade em termos do corpo e de seus processos energéticos. Introduzir o corpo como ferramenta de trabalho terapêutico, desenvolver um contato mais aprofundado com este e buscar entender a sua história, suas necessidades e seus desejos é uma maneira de decodificar as verdadeiras necessidades (inconscientes) que temos e poder construir vias mais criativas e produtivas de se estar na vida.
A terapia Bioenergética permite que o corpo vibre e expanda, levando o sujeito a ganhar uma maneira mais ampla e mais flexível de auto-expressão.

Nos mantermos fixados numa atitude de recorrer à comida nos momentos de inquietude é ficar estagnado em algum ponto de conflito. Trabalhar estes conflitos internalizados e render-se aos sentimentos significa abandonar a luta, aceitar as perdas e continuar vivendo.

Essa é a verdadeira entrega ao corpo e à vida!

domingo, 15 de agosto de 2010

Um delicioso paliativo...

Depois de um longo dia de trabalho, depois de enfrentar um trânsito caótico, de um punhado de aborrecimentos, enfim, cansados, estressados, caminhamos para a cozinha e engolimos uns dois pães sem mesmo sentir o sabor delicioso do pão fresco ou mesmo sem ter a necessidade de comer aquela quantidade de comida!

Isso me soa como se continuássemos no ritmo de engolir tudo, os sapos da vida junto com os pães!

Ou então chegamos em casa e corremos direto para a geladeira e abrimos uma latinha de cerveja para tentar encontrar um pouco de alívio para o estresse do dia. No caso das mulheres o mais comum mesmo é corrermos em busca de uma caixa de chocolate!

Não podemos deixar de lado o velho hábito de muitos de nós de fazermos “city tour” periódicos à cozinha, buscando o que petiscar, buscando uma balinha nos bolsos ou um chiclete para mascar e até mesmo uma fumacinha de um cigarro pra degustar...

Comida e o afeto se combinam desde sempre!

Nós, seres humanos, estabelecemos relação com as pessoas desde o nascimento e também estabelecemos uma relação (quase amorosa!) com o alimento. E esta pode ser saudável ou patológica...

Podemos notar que o ato de comer vai além da necessidade biológica de sobrevivência. Nós estabelecemos com o alimento uma troca onde muitas vezes buscamos no ato de comer, ou até mesmo em sua recusa, uma tentativa de substituição de muitas outras necessidades.

Percebam-se, observem quando vocês se alimentam do que realmente vocês querem nutrir, se abastecer ou preencher?

Buscamos uma nutrição por um “alimento psicológico”.

Na vida, o tempo todo vivemos numa busca de satisfação de necessidades. Buscamos satisfazer nossos desejos, nossas carências, buscamos alegria e prazer, buscamos aconchego, buscamos um alívio para as raivas e procuramos uma compensação para as nossas frustrações.

E através do ato de comer as pessoas buscam no alimento uma tentativa de satisfazer essas necessidades, já que muitas vezes é tão difícil enfrentar nossos problemas emocionais.
Notem a carga intensa de afeto, de sentimentos que é colocada no alimento.

A comida então passa a ser um paliativo para os problemas. Passa a funcionar como uma forma de tapear uma sensação incomoda que não estamos encontrando solução.

Claro que esses sentimentos proporcionados pelo alimento são proporcionados inconscientemente (nem nos damos conta!), por isso comemos demasiadamente em certos momentos e em outros travamos a boca e não conseguimos engolir nada, e isso sem percebermos o que queremos abastecer (seja comendo ou não comendo).

Buscamos no alimento uma tentativa de diminuir as nossas angústias, medos, raivas, ou mesmo nos proporcionar prazer.
 
Deixo então "a pergunta que não quer calar":
Diante disso, será então que comer seria asolução pros nossos problemas?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desejo, Necessidade, Vontade

Hoje vim para conversarmos sobre um assunto que faz parte do nosso dia a dia, sem nem nos darmos conta, sejamos nós, mulheres, crianças, homens, rico, pobre, chefe, empregado, doutor, lavrador, qualquer pessoa: vou falar sobre a relação que nós temos com o alimento e como o comer tem uma grande importância em nossas vidas.

Nós enquanto homens, começamos a existir psicologicamente quando nos relacionamos. Se quando a gente nascesse ao invés de sermos cuidado por uma pessoa, e sim por máquinas, por robôs, isso não faria de nós humanos. Seriamos apenas um ser biológico. Nós precisamos do contato humano, do olhar, do cuidado, do toque, de alguém que traduza nossas feições, de dor, de prazer, de alegria, de tristeza para virarmos um ser humano de fato.

Desde quando éramos um embrião, ainda no ventre, recebíamos de nossas mães através do cordão umbilical todos nutrientes necessários para nos desenvolver. E também recebíamos dela, os sentimentos de acolhimento, de carinho, o seu desejo por nós ou até sentimentos de rejeição e frieza.

E essa primeira relação que vivemos é através do aleitamento e a partir daí inauguramos essa relação com o mundo através do alimento. O bebê suga o leite materno e com o leite, recebe também calor, conforto, segurança, recebe aconchego e afeto. Ele vai se preenchendo desses afetos e começa a se constituir, a se tornar um ser humano de fato, a partir desse primeiro contato. São criados registros.

Muitos bebês quando choram, são quase que automaticamente levados ao peito e prontamente encontram aconchego a relaxamento.

Será então que nós, mesmo adultos comemos somente para alimentarmos o nosso corpo?

Será que não queremos alimentar outras coisas também, além do estômago?

(continua...)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um pouco sobre a OBESIDADE e a BIOENERGÉTICA

Hoje eu irei falar sobre a obesidade de uma forma mais psi e Bioenergética, expondo pontos básicos e enfocando algumas questões iniciais que os ajudarão a compreender como tudo se inicia...

A obesidade, hoje um tema de interesse mundial, é considerada uma doença crônica e tida como um dos grandes problemas em Saúde Pública. É um quadro multifatorial, que envolve componentes genéticos, comportamentais, psicológicos, sociais, metabólicos e endócrinos e frequentemente é causa de sofrimento, depressão e de comportamentos de esquiva social que prejudicam bastante a qualidade de vida.

O sujeito com obesidade, na atual sociedade, é muitas vezes visto como alguém que não contém os seus impulsos, alguém sem força de vontade. A obesidade assim assume uma das mais radicais formas de exclusão social! A ditadura da aparência nos diz que o corpo magro, considerado como belo, é também um sinal de uma pessoa equilibrada e feliz. A lógica então é que o sobrepeso seja visto de forma pejorativa.

Se enxergarmos esse quadro somente pela vertente fisiológica, como um mau funcionamento metabólico, acabamos por ignorar a verdadeira essência do corpo humano, e assim deixamos de acessar todo atavismo histórico que esse adoecer revelaria. E enquanto a abordagem permanecer nessa dimensão, a perpetuação da obesidade se manterá.

A Análise Bioenergética pode ter uma contribuição fundamental no auxílio dos que buscam uma saída da obesidade, na medida em que sabemos que a maioria dos casos de obesidade (mais de 95%) não tem uma causa orgânica que justifique.

Sob o olhar da Bioenergética, o corpo não pode ser desprezado como um significante e deve ser cuidado e olhado a partir do ponto de vista emocional. Podemos dizer que uma pessoa é a soma total das suas experiências de vida, cada uma das quais é registrada na sua personalidade e estruturada em seu corpo. E nosso inconsciente é ao mesmo tempo corporal e psíquico.
A obesidade então é uma manifestação direta do inconsciente!

Através do trabalho corporal, propiciado por essa abordagem terapêutica, podemos desenvolver formas de ajudar a pessoa a entrar em contato consigo mesma e a abordagem corporal estabelece uma relação e ajuda o sujeito a perceber o seu corpo e a sua realidade interna.

Esse tópico não se encerra por aqui. É apenas um ponto inicial para que surjam dúvidas e comentários.

Participem!