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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Verdadeira Entrega ao Corpo e à Vida!

Se é tão bom comer, que mal tem?

Confesso.... Não sou diferente de ninguém. Quando estou ansiosa ou angustiada com algo que ainda não encontrei a saída, busco algo doce para comer. A comida me dá um prazer momentâneo, diminui por alguns minutos a sensação provocada pela tensão de algo. (Lembram do bebê que busca o peito quando está desconfortável?).

O problema mora não só nos exageros, mas também quando se encontra como a única via de “solução” do problemas a comida.

Ela conforta momentaneamente? Sim!

Ela resolve?? Não...

Na “comilança frenética”, como citou uma visitante do blog, estamos apenas nos afastando das nossas reais necessidades!

E porque será que “fugimos” tanto dessas tais reais necessidades?

Todos nós em algum nível tememos nos entregar aos nossos sentimentos. O medo da entrega acontece porque acreditamos que vivenciar os sentimentos é uma ameaça a estabilidade e segurança. Buscamos uma zona de conforto a qualquer custo!

Ficamos então numa constante luta conosco, buscando controlar os sentimentos que nos ameaçam o tempo todo, quer estejamos conscientes disso ou não.

Infelizmente essa é uma luta que não se pode vencer, pois a vitória equivale à negação e à rejeição da nossa verdadeira essência...

As nossas necessidades emocionais manifestam-se no nosso corpo, inclusive na forma de uma compulsão alimentar, na medida em que abandonamos uma atitude de defesa mental. Ou seja, consciente ou inconscientemente quando não podemos lidar com algum sentimento, o nosso corpo através de alguma forma, fala e age.

O nosso corpo é o depositário das emoções, é nossa concretização. Ele fala sem palavras. O medo do contato com os nossos sentimentos, pode nos fazer ir em busca do conforto rápido através da comida.

Através da Análise Bioenergética, forma de terapia que combina o trabalho com o corpo e com a mente, podemos compreender a personalidade em termos do corpo e de seus processos energéticos. Introduzir o corpo como ferramenta de trabalho terapêutico, desenvolver um contato mais aprofundado com este e buscar entender a sua história, suas necessidades e seus desejos é uma maneira de decodificar as verdadeiras necessidades (inconscientes) que temos e poder construir vias mais criativas e produtivas de se estar na vida.
A terapia Bioenergética permite que o corpo vibre e expanda, levando o sujeito a ganhar uma maneira mais ampla e mais flexível de auto-expressão.

Nos mantermos fixados numa atitude de recorrer à comida nos momentos de inquietude é ficar estagnado em algum ponto de conflito. Trabalhar estes conflitos internalizados e render-se aos sentimentos significa abandonar a luta, aceitar as perdas e continuar vivendo.

Essa é a verdadeira entrega ao corpo e à vida!

domingo, 15 de agosto de 2010

Um delicioso paliativo...

Depois de um longo dia de trabalho, depois de enfrentar um trânsito caótico, de um punhado de aborrecimentos, enfim, cansados, estressados, caminhamos para a cozinha e engolimos uns dois pães sem mesmo sentir o sabor delicioso do pão fresco ou mesmo sem ter a necessidade de comer aquela quantidade de comida!

Isso me soa como se continuássemos no ritmo de engolir tudo, os sapos da vida junto com os pães!

Ou então chegamos em casa e corremos direto para a geladeira e abrimos uma latinha de cerveja para tentar encontrar um pouco de alívio para o estresse do dia. No caso das mulheres o mais comum mesmo é corrermos em busca de uma caixa de chocolate!

Não podemos deixar de lado o velho hábito de muitos de nós de fazermos “city tour” periódicos à cozinha, buscando o que petiscar, buscando uma balinha nos bolsos ou um chiclete para mascar e até mesmo uma fumacinha de um cigarro pra degustar...

Comida e o afeto se combinam desde sempre!

Nós, seres humanos, estabelecemos relação com as pessoas desde o nascimento e também estabelecemos uma relação (quase amorosa!) com o alimento. E esta pode ser saudável ou patológica...

Podemos notar que o ato de comer vai além da necessidade biológica de sobrevivência. Nós estabelecemos com o alimento uma troca onde muitas vezes buscamos no ato de comer, ou até mesmo em sua recusa, uma tentativa de substituição de muitas outras necessidades.

Percebam-se, observem quando vocês se alimentam do que realmente vocês querem nutrir, se abastecer ou preencher?

Buscamos uma nutrição por um “alimento psicológico”.

Na vida, o tempo todo vivemos numa busca de satisfação de necessidades. Buscamos satisfazer nossos desejos, nossas carências, buscamos alegria e prazer, buscamos aconchego, buscamos um alívio para as raivas e procuramos uma compensação para as nossas frustrações.

E através do ato de comer as pessoas buscam no alimento uma tentativa de satisfazer essas necessidades, já que muitas vezes é tão difícil enfrentar nossos problemas emocionais.
Notem a carga intensa de afeto, de sentimentos que é colocada no alimento.

A comida então passa a ser um paliativo para os problemas. Passa a funcionar como uma forma de tapear uma sensação incomoda que não estamos encontrando solução.

Claro que esses sentimentos proporcionados pelo alimento são proporcionados inconscientemente (nem nos damos conta!), por isso comemos demasiadamente em certos momentos e em outros travamos a boca e não conseguimos engolir nada, e isso sem percebermos o que queremos abastecer (seja comendo ou não comendo).

Buscamos no alimento uma tentativa de diminuir as nossas angústias, medos, raivas, ou mesmo nos proporcionar prazer.
 
Deixo então "a pergunta que não quer calar":
Diante disso, será então que comer seria asolução pros nossos problemas?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desejo, Necessidade, Vontade

Hoje vim para conversarmos sobre um assunto que faz parte do nosso dia a dia, sem nem nos darmos conta, sejamos nós, mulheres, crianças, homens, rico, pobre, chefe, empregado, doutor, lavrador, qualquer pessoa: vou falar sobre a relação que nós temos com o alimento e como o comer tem uma grande importância em nossas vidas.

Nós enquanto homens, começamos a existir psicologicamente quando nos relacionamos. Se quando a gente nascesse ao invés de sermos cuidado por uma pessoa, e sim por máquinas, por robôs, isso não faria de nós humanos. Seriamos apenas um ser biológico. Nós precisamos do contato humano, do olhar, do cuidado, do toque, de alguém que traduza nossas feições, de dor, de prazer, de alegria, de tristeza para virarmos um ser humano de fato.

Desde quando éramos um embrião, ainda no ventre, recebíamos de nossas mães através do cordão umbilical todos nutrientes necessários para nos desenvolver. E também recebíamos dela, os sentimentos de acolhimento, de carinho, o seu desejo por nós ou até sentimentos de rejeição e frieza.

E essa primeira relação que vivemos é através do aleitamento e a partir daí inauguramos essa relação com o mundo através do alimento. O bebê suga o leite materno e com o leite, recebe também calor, conforto, segurança, recebe aconchego e afeto. Ele vai se preenchendo desses afetos e começa a se constituir, a se tornar um ser humano de fato, a partir desse primeiro contato. São criados registros.

Muitos bebês quando choram, são quase que automaticamente levados ao peito e prontamente encontram aconchego a relaxamento.

Será então que nós, mesmo adultos comemos somente para alimentarmos o nosso corpo?

Será que não queremos alimentar outras coisas também, além do estômago?

(continua...)